sexta-feira, 26 de junho de 2009

Entender pra quê?

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação." [Lispector.]

Porque nos dias em que eu me sinto meio sem entender, meio sem saber o que falar, é ela que sempre tem uma palavra que signinica exatamente como eu me sinto. E hoje eu me sinto assim... meio Lispector.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Metade da laranja pra que?

Certo dia estava lendo um livro sobre terapia de casal (não... não era pra mim!) para uma prova de estágio da faculdade, e surpreendentemente alguma coisa ali me chamou atenção e é sobre isso o meu post de hoje.
O livro dizia sobre a insistência dos casais em procurar no parceiro a sua metade, alguém que seja capaz de pensar como você, de adivinhar seus pensamentos, de adivinhar o que você precisa, de te completar de verdade... e me veio na cabeça a seguinte pergunta: Será que é por isso que os relacionamentos de hoje, na maioria das vezes, estão acabando por qualquer motivo e não são tão duradouros?
Não, eu não estou louca.
Pra que procurar a metade da laranja, a tampa da panela se nós já nascemos perfeitos, e completos? Porque acreditar que sem o outro eu não sou capaz de viver se sou eu que guio meus próprios passos? Além disso, se o outro sabe o que eu penso, se adivinha meus desejos, onde está o prazer da conquista, do mistério, e de toda a magia que deveria compor os relacionamentos?
Cada um de nós é um ser único, com a sua própria subjetividade, com o seu caráter, suas qualidades e defeitos (será que a psicologia tá fazendo efeito?). Então deixemos de lado essa busca constante e inútil que nos induz a procurar no outro algo que já existe dentro de cada um de nós. É só procurar... se encontrar!
Busquemos no parceiro(a) um amor que não seja pelas metades, que seja amigo e parceiro, que entenda o olhar mas não porque nos completa, mas porque existe cumplicidade. Encontremos alguém pra caminhar junto, pra crescer junto, pra lutar junto, pra ensinar e pra aprender... Alguém que respeite o limite e o espaço de cada um. Que a nossa busca constante não seja pela metade da laranja, mas por uma laranja inteira.

Um beijo grande pro meu amigo querido Samuel. Que sempre me ensinou tanto.
http://www.palavraincerta.blogspot.com

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Pra que?

Eu que gosto de me aventurar junto das palavras, eu que gosto de expressar aquilo que sinto, um blog claro ;]
Torcendo para que eu não apague este como os outros.